Segunda-feira, 2 de Abril de 2007
> Só tenho uma coisa para dizer sobre a despenalização do aborto que vem na
> linha do que se vai perguntar no referendo. Ninguém, no seu perfeito estado
> de juízo, pode aceitar ou dizer que o aborto é algo de bom, muito menos que
> uma bênção ou que serve como forma de planeamento familiar. O que se
> pretende com o referendo não é liberalizar o aborto, é apenas
> descriminalizá-lo….será que é assim tão difícil de entender que quando uma
> mulher faz um aborto não o faz de ânimo leve. Será tão difícil perceber que
> nem todas as mulheres estão preparadas para serem mães…
>
> O que digo a todas as mulheres e homens que estão, ainda, indecisos ou que
> pensem que vão votar contra ou a favor do aborto, é que votem sim à
> despenalização porque é cruel levar uma mulher a tribunal por ter feito um
> aborto, aquela que foi talvez a decisão mais difícil da sua vida. Os aborto
> não vão ser menos nem mais se o não ganhar, a diferença é que vão ser
> clandestinos e sem condições para quem não tem dinheiro para ir até Espanha
> ou a outros países onde o possam fazer com segurança e com higiene. Vamos
> parar com as hipocrisias e com os falsos moralismos. As mulheres que
> decidam, e repito decidam, fazer uma interrupção voluntária da gravidez têm
> o direito de ter as condições para o fazerem, porque não se trata de uma
> questão de moral nem da vida do embrião, mas de saúde pública.
>
> Julgadas por interrupção voluntária da gravidez nunca mais.
>
> E termino com uma frase que, espero eu, elucidará toda a gente:
>
> Obrigar uma mulher a ser mãe à força é tão violento como obrigar uma
> mulher que quer ser mãe a não ter filhos.
>
>
> Carlos Portela
>